sábado, 2 de março de 2013

NOMEADO NOVO SUPERINTENDENTE DA ANPIP PARA A CIDADE DE PARAUAPEBAS NO PARÁ

Jarlan Miranda da Silva 33 anos foi nomeado pela Coordenação Nacional da ANPIP - Associação Nacional dos Profissionais de Inteligência Privada a SUPERINTENDENTE para a cidade de Parauapebas no Pará, formado a 3 anos como Detetive Profissional pelo CNPD pela INVESTIG e AFDP, possui conhecimentos em Técnicas de Imobilização pela SCAP profissional Vigilante com Certificação pelo Centro de Formação de Vigilantes de Marabá reconhecida pela Policia Federal, com conhecimento em Teologia, Grafologia, administração e Liderança de equipes.

Uma importante aquisição para os quadros da entidade que cresce cada dia por todo o país, desejamos boas vindas a nosso novo Superintendente Municipal.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

BRIGA ENTRE POLICIA FEDERAL E FORÇA AÉREA PELO CONTROLE DOS AVIÕES ESPIÕES BRASILEIROS


"Voos restritos". Por Ilimar Franco

Embora tenham autonomia para voar 24h, os Vants, aviões de vigilância do governo, não podem ficar no ar toda essa jornada. Os países vizinhos reclamaram ao Brasil de eventuais invasões de seus espaços aéreos. Outro problema que o governo enfrenta é que, como esses aviões sobrevoam áreas sem conflito, as autoridades precisam cuidar para evitar colisões com outras aeronaves.

Mesmo com dificuldades de percorrer as fronteiras e com implantação atrasada, há disputa no governo pelo controle dos Vants. A Polícia Federal e o Comando da Aeronáutica travam uma queda de braço pelos aviões, que têm como função percorrer o espaço aéreo brasileiro e os 16 mil quilômetros de fronteiras com dez países para coibir o narcotráfico e o contrabando de armas. A Aeronáutica quer coordenar o uso de todos os aparelhos, deixando a PF como subordinada. Mas o primeiro round foi vencido pelos policiais federais. A presidente Dilma decidiu que cada órgão comanda os seus Vants.


Foto: FAB

EX-CHEFE DE ESPIONAGEM ITALIANO SETENCIADO A 10 ANOS POR CASO DA CIA

Reuters

O ex-chefe da inteligência militar da Itália foi condenado nesta terça-feira a 10 anos de prisão por seu papel no sequestro de um clérigo muçulmano egípcio em uma operação organizada pelos Estados Unidos.

Um norte-americano ex-chefe de estação da CIA foi sentenciado à revelia a sete anos de prisão neste mês, após o imam Abu Omar ser sequestrado em 2003 em uma rua de Milão, e levado para o Egito para interrogatório durante a "guerra ao terror" dos EUA.

O tribunal de apelações de Milão sentenciou Niccolo Pollari, ex-chefe da agência de inteligência militar de Sismi, a 10 anos de prisão, e seu vice, Marco Mancini, a 9 anos.

O tribunal também determinou um montante provisório de 1 milhão de euros em danos ao imam, relatou a agência de notícias Ansa, bem com 500 mil euros à esposa do religioso.

Nicola Madia, advogado de Pollari, se disse perturbado pela decisão, e que seu cliente iria apelar para o Supremo Tribunal italiano. Pollari não terá que ir para a cadeia até que o processo de apelação se esgote.

(Reportagem de Sara Rossi)

ANPIP NOMEIA SEU PRIMEIRO SUPERINTENDENTE MUNICIPAL NA CIDADE DE IPATINGA-MG

A ANPIP - Associação Nacional dos Profissionais de Inteligência Privada, nomeou nesse dia 1º de Fevereiro o seu primeiro Superintendente Municipal na cidade de Ipatinga Estado de Minas Gerais. O Sr. Minelson de Souza Pinto passa a ser o representante da entidade em sua cidade e assim começa a se criar a rede de inteligência privada da Organização.

Uma das metas do Diretor Geral o Sr. Bolívar Fundão Filho para o ano de 2013 é pontuar o Brasil com o maior número de profissionais capacitados a estarem prestando serviços de Inteligência e Contrainteligência Corporativa, para isso vamos dentre as várias atividades desenvolver meios de comunicação entre nossa rede nacional e capacitar e habilitar melhor profissionais que queiram se especializar nesse seguimento que vem se desenvolvendo cada dia mais no país como já é em outros países como EUA, e vários outros da Europa.

Para Bolívar Filho o Importante é que o profissional esteja capacitado a atender as necessidades e demandas do mercado de inteligência, isso dentro dos padrões éticos porém operacionais às necessidades do cliente que pode ser um grande conglomerado de industrias e empresas de variados seguimentos a partidos políticos.

Não se trata de formar, treinar ou capacitar espiões, mas sim criar uma grande rede de inteligência que possa atender as necessidades de busca de informações ou mesmo a defesa de informações estratégicas para um determinado seguimento.

Esses são os profissionais que queremos em nosso quadros, homens e mulheres capazes de criar métodos de inteligência e contrainteligência que visem oferecer a clientes cada vez mais exigentes informações fidedignas ou mesmo proteger de maneira eficaz a carga de informações estratégicas e reservadas de um cliente.

Outros já estão se cadastrando e tendo seus nomes aprovados para fazerem parte dessa rede, que pretende estar nas grandes capitais do Brasil, mas também em cidades de menor porte, porque em todo lugar pode-se conseguir uma informação necessária a um trabalho.

A ANPIP, ainda para esse ano pretende realizar um curso de INTELIGÊNCIA CORPORATIVA para seus superintendentes, para capacita-los e ou colocá-los a par do que anda acontecendo no Brasil e no mundo nesse seguimento que por anos movimenta mais 15 bilhões de dólares somente em serviços e equipamentos.

Com isso a ANPIP parabeniza seu novo parceiro na cidade de Ipatinga - MG.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

INTELIGÊNCIA E SEGURANÇA

Retirado do site da
ABRAIC
Até onde a chamada Inteligência Competitiva pode ser um disfarce para a Espionagem Empresarial?


Atualmente vivemos um período onde as empresas lançam-se agressivamente no mercado à procura de novos horizontes, conquistando seus clientes com produtos ou serviços inovadores, diferenciados dos concorrentes, a fim de conquistar seus objetivos estratégicos.

Neste contexto, as organizações que almejam o sucesso estão utilizando cada dia mais a ferramenta Inteligência para obter as informações precisas das quais necessitam, subsidiando suas decisões, sejam elas com a finalidade de minimizar riscos, conhecer as vertentes do mercado, aproveitar ao máximo oportunidades ou diminuir as ameaças, enfim, todas aquelas que preencham as necessidades estratégicas. Da necessidade de obter informações e transformá-las em conhecimentos, antecipando-se e, ao mesmo tempo, protegendo-as, surgiu a chamada Inteligência Competitiva, que segundo a ABRAIC (Associação Brasileira de Inteligência Competitiva), pode ser definida como:


“um processo informal proativo que conduz à melhor tomada de decisão, seja ela estratégica ou operacional. (...) Visa descobrir as forças que regem os negócios, reduzir o risco e conduzir o tomador de decisão a agir antecipadamente, bem como proteger o conhecimento gerado.”


A Inteligência Competitiva (IC), que possui crescimento notável após a migração de agentes de Inteligência de Estado para a iniciativa privada com o fim da Guerra-Fria, possui um código de ética, mas é, em alguns casos, utilizada  ilicitamente por algumas organizações que carregam sua bandeira para disfarçar a atividade clandestina e covarde de espionagem empresarial.

Diversos são os exemplos bem-sucedidos de organizações que utilizaram a Inteligência Competitiva no âmbito mundial, atestando a eficiência deste sistema para o desenvolvimento das mesmas: a Shell, durante a crise do Petróleo, conseguiu reduzir os impactos negativos da conjuntura na época devido ao uso de competentes agentes de Inteligência. Enquanto o mundo todo sofria com os embargos e preços absurdos do petróleo, a Shell possuía planos de contingência para dar continuidade às suas operações. Julgo ser este o exemplo de maior sucesso e símbolo do surgimento da Inteligência no contexto empresarial da atualidade.

A espionagem empresarial é, resumidamente, o furto de informações privilegiadas. Como a própria síntese esclarece é uma atividade ilegal. As atividades modernas de benchmarking, apesar de úteis para a divulgação de produtos pelas empresas e, principalmente seu braço competitivo, são favoráveis ao uso de espiões corporativos: o agente observa e copia procedimentos, serviços ou produtos do concorrente, líder em determinado segmento, deixando de lado a inovação, fundamento das organizações que investem em pesquisas e, no meu ponto de vista, exercem a verdadeira IC, de forma leal como deve ser. O elicitation, é outra forma em que o agente de inteligência, através de uma conversa informal, extrai informações preciosas de interesse de seu patrocinador. Outra forma de espionagem empresarial é a Engenharia Social, que atua na maior vulnerabilidade de qualquer corporação carente de treinamentos e campanhas esclarecedoras: o pessoal. A Engenharia Social também pode ser combinada com o benchmarking, por exemplo. Diversas podem ser as formas de espionagem, cada vez mais frequentes neste competitivo mercado.

É notório, portanto, as diferenças entre IC e Espionagem Empresarial, apesar de ser tênue a linha que os separa. Destaco como fator preponderante os processos de pesquisa e inovação. Quando um destes é violado pela Inteligência concorrente, ocorre acesso e o furto de informações. O acesso ao quadro de funcionários e locais onde são guardados materiais ou documentos sigilosos também são uma forma de atentar contra a segurança informacional da corporação. Uma empresa, para se proteger das atividades ilícitas dos concorrentes, deve possuir um Sistema de Inteligência integrado em toda a corporação, para orientar a segurança dos bens tangíveis e intangíveis, através do desenvolvimento de uma cultura de segurança em todos os setores. Devem ser assegurados, também, recursos destinados a este fim, assim como a visão estratégica da informação por parte dos dirigentes. É bom esclarecer que o setor de Inteligência nada tem a ver com o de Segurança, apesar de poder orientar seus procedimentos. A Inteligência está diretamente ligada à estratégia da organização.

Podemos concluir, portanto, que com o crescimento da visão estratégica organizacional, os empresários se utilizam mais da IC para obter informações pontuais para seu negócio. A Espionagem Empresarial é um procedimento que vem aumentando no contexto global das grandes corporações. A luta por mercados consumidores, produtos/serviços que atendam a uma demanda maior e qualquer outra forma de obtenção de lucros conduzem as empresas a se utilizarem deste método ilegal. Infelizmente os dirigentes brasileiros, apesar de criativos e talentosos, ainda não consideram a importância da IC para o desenvolvimento do seu negócio e pensam que espionagem só ocorre em filmes hollywoodianos. Isto é até bom por enquanto, pois os mesmos também não se arriscam em financiar as atividades de espionagem contra seus concorrentes. Acredito que seja questão de tempo, por isso sempre toco no mesmo assunto: segurança da informação. Muitos não se convencem da importância das metodologias de IC por acharem que exigem muito gasto e possuem pouco retorno. Realmente é difícil mensurar o valor de algo que não foi perdido... até tudo ser comprometido.

Maior Rede de Espionagem Online do Mundo é Descoberta


A Kaspersky Labs revelou que nos últimos cinco anos uma campanha coordenada de malware vem obtendo informações confidenciais e de inteligência geopolítica a partir de sistemas diplomáticos, governamentais e científicos em todo o mundo.

Batizado de Rocra (abreviação de “Red October”, ou "Outubro Vermelho" em inglês), o malware explora falhas conhecidas no Word e Excel para obter acesso aos sistemas com base na engenharia social ou ataques phishing para enganar os usuários a abrir arquivos infectados.
Segundo a Kaspersky, até o momento foram identificados 300 computadores infectados com o malware.
Após infectar, a principal parte do malware baixa módulos adicionais que o permitem realizar diversas tarefas como obter dados de dispositivos móveis ou drives USB conectados ao computador (incluindo arquivos deletados) até mesmo obter dados de e-mail do Outlook ou os remotos POP3 e IMAP. 
O “Rocra” seria administrado por uma rede controlada por 60 servidores, com os IPs em sua maioria localizados na Rússia e Alemanha. A Kaspersky diz não haver evidências do local exato, mas afirma que os criminosos têm origem em países de língua soviética.
A notícia relembra os casos de malware espião conhecidos como o Stuxnet e o Flame, que foram considerados armas cibernéticas perigosas por espionar governos. No entanto, a Kaspersky afirma não ter encontrado conexão entre os códigos maliciosos. 
Durante os cinco anos que esteve em operação, o “Rocra” pode ter roubado milhares de terabytes em dados, que por sua vez podem ter sido vendidos no mercado negro ou utilizados para novos ataques.
A investigação ainda está ativa e a Kaspersky disse que irá liberar mais detalhes sobre os servidores que controlam o “Rocra” dentro dos próximos dias


PF investiga esquema de espionagem em Brasília


VANNILDO MENDES - Agência Estado

A Polícia Federal abriu investigação para apurar uma suposta rede de espionagem ilegal com atuação em Brasília que teria políticos e autoridades entre seus alvos. Suspeita-se que até a presidente Dilma Rousseff tenha sofrido tentativa de bisbilhotagem do grupo, além de senadores e deputados.

As investigações foram abertas a partir de informações e documentos entregues ao Ministério Público Federal e ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pelo deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ), em julho passado.

Os documentos incluem extratos de ligações telefônicas e trocas de e-mail entre parlamentares do Congresso Nacional. Miro disse ao jornal O Estado de S. Paulo que recolheu o material de um araponga, que se sentira ameaçado e estaria agora sob proteção policial.

"Criou-se na capital do País, sob os olhos dos poderes da República, uma sociedade anônima de criminosos e violadores de dados pessoais" afirmou o deputado. "Não há cidadão nesse País, nem mesmo a presidente, seguro da sua privacidade e isso é muito ruim para a democracia."

Contatada, a PF informou por meio de sua assessoria que abriu procedimento preliminar de investigação para verificar a autenticidade dos documentos, mas não comentará que encaminhamento deu ao caso para não atrapalhar as apurações. O órgão confirmou que há indícios veementes de crime no material apresentado e que o caso será apurado com rigor.

O grupo ao qual o espião arrependido está ligado tem foco de atuação no Distrito Federal, voltado para autoridades do governo local. Mas o material entregue por ele inclui aparentes extratos de ligações e de e-mails de parlamentares federais, como o senador Blairo Maggi (PR-MT), o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e o ex-senador Demóstenes Torres, cassado por envolvimento com o esquema de corrupção e exploração de jogos ilegais comandado por Carlinhos Cachoeira.

Nem a PF ou o deputado, todavia, veem associação automática do grupo com o contraventor. "Não sei se há conexão com o esquema do Cachoeira, pois os extratos eram usados pela quadrilha como efeito demonstração para convencer clientes a fecharem negócio", disse Miro.

''Mercado anárquico''

Segundo o delegado Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), quadrilhas de arapongas atuam impunemente em praticamente todos os Estados, fazendo espionagem industrial, bisbilhotagem contra particulares e sobretudo dossiês contra políticos. "É um mercado totalmente anárquico, sem fiscalização ou controle, exercido muitas vezes por profissionais sem qualificação ou compromisso ético."


São Paulo, maior polo empresarial do País, Brasília - sede dos Três Poderes e de representações diplomáticas de mais de 200 nações - e Rio de Janeiro são os principais centros de arapongagem no País, segundo a PF. A estimativa é que esse mercado movimente mais de R$ 1 bilhão ao ano no Brasil. A última operação da Polícia Federal relacionada a escutas ilegais foi a Durkheim, que desmantelou em novembro, em São Paulo, uma rede de 27 espiões, entre os quais policiais federais, civis e militares, que bisbilhotavam políticos, empresários e magistrados.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

CREDENCIAMENTO ANPIP

ESTAMOS COMEÇANDO A CADASTRAR INTERESSADOS EM SEREM SUPERINTENDENTES NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS DA ANPIP- Associação Nacional dos Profissionais de Inteligência Privada.

INTERESSADOS FAVOR ENVIAR E.MAIL PARA SOLICITAR FICHA DE CADASTRAMENTO PARA:

anpipbrasil@gmail.com

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Senado dos EUA Aprova Prorrogação de Controvertida Lei de Espionagem


UOL Noticias

Washington, 28 dez (EFE).- O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta sexta-feira uma prorrogação de cinco anos de uma controvertida lei de espionagem que permite às autoridades federais realizar escutas telefônicas e intervenções de correspondência internacional dos americanos sem permissão judicial. 

Com 73 votos a favor e 23 contra, o Senado prorrogou a lei de 2008 conhecida como "Ato de Vigilância de Inteligência Exterior" (Fisa, em inglês), que renova os poderes federais para a vigilância eletrônica, instituída durante o mandato de George W. Bush (2001-2009).

 A medida, que será enviada ao presidente Barack Obama para sua promulgação, amplia os poderes da Agência de Segurança Nacional (NSA, em inglês), de tal forma que pode vigiar as ligações e correspondência internacionais dos americanos. 

A lei suscitou críticas de grupos defensores dos direitos civis, mas no Congresso a maioria dos legisladores a considerou necessária para resguardar a segurança dos Estados Unidos. 

"Esta legislação necessária continuará resguardando a segurança dos EUA ao permitir que a comunidade de inteligência identifique e neutralize as redes terroristas antes que possam causar-nos dano dentro ou fora" do país, disse em comunicado a senadora democrata Dianne Feinstein, presidente da Comissão de Inteligência do Senado.

"Além disso, esta legislação inclui fortes proteções à vida privada. A Comissão de Inteligência do Senado continuará sua firme vigilância deste programa durante a 113ª sessão do Congresso", assegurou Dianne. 

Em geral, a Fisa requer que as autoridades federais obtenham o sinal verde de um tribunal secreto para realizar suas intervenções eletrônicas - embora não haja causa provável -, mas o Governo não precisa identificar a pessoa ou instalação que é alvo dessa vigilância. 

As autoridades podem começar sua vigilância inclusive uma semana antes de fazer a solicitação formal da permissão e continuá-la durante um processo de apelação caso o tribunal secreto rejeite a solicitação. 

No entanto, a medida, aprovada pela Câmara dos Representantes em setembro passado, ganhou a repulsa de grupos como a União de Liberdades Civis dos EUA (ACLU, em inglês), que criticou a "institucionalização", por outros cinco anos, de um programa de vigilância que antes era considerado uma ameaça à Quarta Emenda da Constituição americana. 

A previsão é que Obama sancione a lei nos próximos dias.

EUA Propõem Venda de Aviões de Espionagem à Coreia do Sul


JIM WOLF - Reuters
O governo Obama propôs formalmente uma controversa venda de aviões de espionagem não tripulados para ajudar a Coreia do Sul a melhorar sua defesa em caso de ataque da vizinha do norte, que possui fortes armamentos.
Seul pediu uma possível venda, no valor de 1,2 bilhão de dólares, de quatro aviões RQ-4 "Global Hawk" com capacidades de vigilância adicionais, fabricados pela Northrop Grumman Corp, informou em comunicado a Agência de Cooperação para a Defesa e Segurança do Pentágono.
O relatório tinha data de segunda-feira, mas foi distribuído apenas nesta terça-feira.
A Coreia do Sul precisa de tais sistemas para assumir em 2015 a responsabilidade por investigações de inteligência, atualmente a cargo de uma força liderada pelos Estados Unidos, afirmou a agência de segurança em comunicado a parlamentares norte-americanos.
"A venda proposta dos RQ-4 manterá adequadas inteligência, vigilância e capacidades reconhecidas e assegurará que a aliança seja capaz de monitorar e deter ameaças em 2015 e além", informou o comunicado.
Os EUA acertaram entregar o comando militar a Seul nesta década. Os acontecimentos atuais tiveram base no papel norte-americano na Guerra das Coreias, entre 1950 e 1953, quando a Coreia do Norte foi repelida após tomar Seul.
Seul mostrou interesse nos aviões por pelo menos quatro anos. O sistema, similar ao do espião U-2, da Lockheed Martin Corp's, pode ser otimizado para examinar regiões mais amplas e alvos fixos ou móveis, de dia ou à noite, com ou sem nuvens.
Ele transmite imagens e outros dados a partir de 18.300 metros de altitude praticamente em tempo real, usando sensores eletro-ópticos, infravermelho e radar, construídos pela Raytheon Co.
A possível venda foi contida inicialmente por discussões envolvendo o preço, as configurações da aeronave e um atraso na disseminação de tal tecnologia por causa de um pacto de controle de armas que envolve 34 nações.
O Departamento de Defesa dos EUA começou a consultar o Congresso informalmente sobre a possível venda em meados do ano passado, mas depois se retirou das discussões para se aprofundar nos detalhes da possível negociação com Seul, em meio a crescentes preocupações dos legisladores.
A notificação formal do Congresso ocorre menos de duas semanas após o lançamento, por parte da Coreia do Norte, de um satélite atrelado a um foguete, o primeiro dos norte-coreanos e visto por muitos como um avanço no programa de mísseis.
Um comunicado da Casa Branca denunciou o lançamento em 12 de dezembro como um "ato altamente provocativo" e que haveria consequências pela violação de resoluções das Nações Unidas.
A Coreia do Norte está proibida de testar mísseis e tecnologia nuclear por uma sanção internacional. 

Juiz Prorroga Prisão de 25 por Espionagem


FAUSTO MACEDO - Agência Estado
A Justiça Federal prorrogou a prisão temporária de 25 arapongas da organização que espionava empresários e políticos, entre eles o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD) e o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM). A decisão é do juiz Raphael José de Oliveira Silva, da 2.ª Vara Criminal Federal, que acolheu pedido da Polícia Federal no âmbito da Operação Durkheim.
O alvo maior da PF é Itamar Damião, elo de dois braços do grupo, um de bisbilhotagem, outro de crimes financeiros. O juiz anotou sobre "justo receio de que os investigados possam, caso soltos, obstruir as investigações e coagir as vítimas".
Os criminalistas Mário de Oliveira Filho e Edson Luiz Silvestrin Filho pediram habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 3.ª Região para duas empresárias, presas em caráter temporário.

No Mundo dos Espiões

por João Céu e Silva Fotografia de Reinaldo Rodrigues/Global Imagens

A história, os factos e as controvérsias que envolvem algumas das maiores agências de informação e contra-espionagem do mundo. Está tudo reunido num só livro, As Grandes Agências Secretas, explicado pelo autor, José-Manuel Diogo, 46 anos, Managing Partner na agência de comunicação Agenda Setting.

Porquê investigar as agências secretas?
As agências secretas fazem história. A primeira pedra da história são as notícias: em forma de notícias, relatos ou crônica de viagens o jornalismo é o primeiro degrau da história. Se quisermos é a história em bruto, por lapidar. Eu trabalho em comunicação há 20 anos, a criar discursos e narrativas a que os meios de comunicação social queiram aderir. Às vezes é difícil fazer isso, sobretudo quando os temas são pouco aliciantes. Mas uma boa história de espiões toda agente aprecia. Acho que me apeteceu ver o lado B da consultoria de comunicação. A isto juntaram-se as histórias de adormecer: o meu filho mais velho (tem agora 12 anos) sempre vibrou com agentes e espiões - até ao ano passado achava que a vocação dele era mesmo ser agente secreto - e eu passei muitas noite a contar-lhe histórias "secretas", umas inventadas, outras de velhos livros das Seleções do Reader's Digest. Depois, uma amiga, a Silvia Reig, dona da editora Levoir tinha-me convidado para prefaciar um livro - "Os discursos que mudaram o mundo". O livro correu bem e a seguir convidou-me para escrever uma série de livros pequenos sobre agências secretas e aceitei o desafio.

Apesar do secretismo que deveriam ter, há brechas para obter novidades sobre as agências?
Sem brechas não havia livro. Nem agências secretas. Uma coisa que ninguém sabe não existe. Se não houvessem brechas não havia notícias nem contra informação. São uma ferramenta operacional. Estão para a espionagem como os pincéis estão para a pintura, fazem parte do modus operandi e da própria natureza das agências secretas. Num mundo onde a tomada de decisões é muito rápida, e em que o objetivo é saber antes e influenciar ou provocar uma atitude de outra parte, as brechas são fundamentais. O que é mais complicado é avaliar a intenção das brechas. Distinguir aquilo que é história do que são "estórias" . Mas também por isso este é um mundo apaixonante. É feito da matéria que povoa os sonhos das pessoas.

Se o conseguiu, receia alguma represália por parte dessa agência?
(Risos) Tirando uma ou outra mensagem por SMS, a que não dei importância, o meu telefone ainda não fez barulhos esquisitos, as passwords do meu computador funcionam todas e consigo utilizar os cartões bancários. Acho que ainda não me tornei num alvo. Falando seriamente, o principal objetivo deste livro é poder fixar uma narrativa muito simples, ao alcance de todos os leitores, sobre a história e o modo de funcionamento das grandes e mais famosas agências de informação do mundo ocidental. A ideia que as pessoas têm das Agências Secretas é simultaneamente muito romântica e conspirativa, quando na verdade os espiões são a maior parte das vezes pessoas normais. Espiões podem ser o diretor da empresa, o motorista da carris, o porteiro do cinema ou o nosso médico. Ninguém tem carteira profissional de agente secreto, nem há associações profissionais de espiões (até ver), quando isso acontecer então poderemos ficar preocupados. Sempre que aparecer a palavra espião escrita nalguma notícia quer dizer que alguma coisa correu mal. Aliás em há exemplos bem recentes e não é só em Portugal. Há semanas nos Estados Unidos o diretor da CIA, David Petraeus, saiu supostamente por ter sido comprometido no âmbito de uma infidelidade conjugal. É difícil acreditar nisso...

Qual foi a agência mais difícil para retratar?
A nossa. Porque é a mais recente, a mais envolta em polemicas e a mais exposta aos potenciais leitores do livro. As fontes não-documentais também não se mostraram muito disponíveis. Nenhuma agência secreta acha bem que se fale sobre ela. É suposto serem secretas, mas às vezes nem conseguem ser discretas.

No caso do SIS, há relevância desta instituição que mereça um capítulo ou foi para não deixar em branco a causa nacional?
Podemos pôr a pergunta ao contrário. Alguém preferia que não houvesse SIS? A nossa secreta tem o azar de ter herdado a má reputação da PIDE, que foi diabolizada na opinião publica depois do 25 de Abril. Mas o mesmo processo acontece sempre quando há mudanças de regime: O KGB deixou de existir mas a Rússia não deixou de ter uma secreta. O mesmo aconteceu com a Stasi na RDA, ou a Securitate na Roménia, por exemplo. Portugal não escapou à regra. Mas não faz nenhum sentido pensar num Estado independente sem serviços de informação. Não fazia na era dos Descobrimentos, onde, como se pode ler no livro, os espiões portugueses, com Pêro da Covilhã à cabeça, foram importantíssimos na tomada das decisões do rei português, as quais levaram o país ao maior esplendor da nossa história: sem espiões talvez nunca descobríssemos o caminho para a Índia mandando os espanhóis para a América. Também não fazia sentido nos tempos da imprensa e da rádio, onde circulavam informações codificadas e comunicações secretas. Muito menos faz sentido agora no tempo da internet, onde toda a informação e contra informação são omnipresentes. A democracia às vezes mal, é verdade, mas exerce um controle efetivo sobre os serviços secretos. Os portugueses podem dormir muito mais descansados sabendo que há espiões.

As agências secretas ainda evitam surpresas às ameaças terroristas?
Claro que sim, ainda mais depois de a ameaça se ter tornado real e permanente depois do 11 de Setembro. Os orçamentos de todas as secretas, incluído a nossa, multiplicaram-se e há muitos casos documentados de atentados preparados que foram descobertos e abortados. A BBC que é insuspeita revelou uma série de casos. Só no MI6 o orçamento declarado aumentou 20 milhões de libras logo em 2001, o ano do atentado às torres gémeas.

No caso das norte-americanas, o facto de não terem evitado o 11 de Setembro foi fatal para a sua credibilidade?
A credibilidade da CIA está acima dessas coisas. Raras agências terão sido alvo de tamanha quantidade de acusações, fundadas ou infundadas, como a CIA. Desde a suposta participação no assassinato do presidente John F. Kennedy a ligações à máfia italo-americana de Sam Giancana, passando por acusações mais ou menos pitorescas, como a participação no encobrimento da presença extraterrestre no planeta Terra, como no chamado e bastante difundido caso Roswell. A secreta americana nunca necessitou de se manter num opaco secretismo. Para isso existe a NSA (National Security Agency), cuja existência foi negada durante bastante tempo pelos sucessivos governos norte-americanos. Os diferentes presidentes sempre usaram a CIA para oferecerem à população norte-americana um sentimento de segurança. No mundo instável e imprevisível da Guerra Fria, aos norte-americanos não interessava saber ao pormenor o que a CIA fazia. Queria era acreditar que, fosse ela o que fosse, fizesse o que fizesse, seria sempre para o bem dos EUA - e esta realidade sempre serviu à CIA.

Considera que o MI6 é a mais eficaz agência de espionagem do mundo. Porquê?
Porque é a mais secreta. E o foi durante muitas décadas. Ao contrário do que se passa por exemplo com o KGB, não existe nada parecido com um "Arquivo Mitrokhin" do qual nos possamos socorrer em busca de informação. Na realidade, durante praticamente todo um século, o MI6 apenas foi conhecido de forma oficiosa, tendo a Grã-Bretanha sempre negado a sua existência. Foram necessários quase 80 anos para que Margaret Thatcher, em 1988, reconhecesse finalmente que o MI6 existia e lhe concedesse forma jurídica e constitucional. Quanto à possibilidade de os historiadores terem acesso aos arquivos do MI6, demorou mais alguns anos, até aos anos 90, quando John Major lançou o programa Open Government que, pelo menos em teoria, abria os serviços secretos à população. Mas, na prática, tal coisa nunca aconteceu.

Considera que a KGB era a mais brutal. Após o fim dos regimes do Leste esta realidade mudou?
Ainda que cheia de milionários mais ou menos intocáveis e band girs presas por atentado ao pudor, a Rússia de hoje é muito diferente da do tempo da KGB, que tinha como missão, para além de servir de contraponto global à CIA, fazer o controle policial da população soviética. Mas não esqueçamos que Putin foi um destacado oficial do KGB. Esteve ao serviço da secreta soviética durante 16 anos, onde saiu com a patente de coronel quando ela foi extinta em 1991. A nova KGB, chama-se FSB, e está focada, como todas as agências nos dias de hoje, na luta contra o terrorismo para além das atividades normais de contra informação, vigilância e controle das fronteiras.

Mossad é uma agência ou um mais um ministério do governo israelita?
A Mossad é o espírito do próprio estado israelita. Como facilmente se compreende a espionagem em Israel é um caso muito sério. Os três ramos de inteligência israelita - a Mossad é responsável pela espionagem e contra-espionagem no estrangeiro; o Shin Bet (ou Shabak, como também é conhecido), responsável pela segurança interna do Estado; e o Aman, os serviços secretos do exército - gastam centenas de milhões de dólares por ano e empregam (que se saiba) largas centenas de pessoas. Nenhum outro Estado gasta tanto dinheiro, energia e mão-de-obra como esse pequeno país com pouco mais de quatro milhões de habitantes. Em termos proporcionais, tendo em conta a população, nenhum outro país tem tantos espiões como Israel. E mesmo em termos absolutos não deve haver. O mais provável é que se conhecer um israelita ele seja ou tenha sido da Mossad .

O mundo seria diferente se não existissem agências secretas?
Isso seria impossível. Havendo homens e mulheres, há conflito. Quando há conflito, a gestão da informação e dos segredos têm uma importância decisiva na decisão do lado ganhador. E é preciso que um lado ganhe para que esse conflito termine e logo se comece outro. Além do mais os espiões funcionam como válvulas de escape das tensões internacionais. Aliviam a pressão e servem de moeda de troca. O papel dos espiões, se bem que importante durante a guerra, é mais importante ainda em tempos de paz. As guerras são sempre coisas políticas. Sem espiões haveria guerras mais vezes.

O agente que surge na capa parece a silhueta de Daniel Craig. É o seu James Bond preferido?
Até que enfim há alguém que repara!! É o melhor de sempre até agora, o mais negro e hitchcockiano, o mais verosímil. É o mais aproximado de todos a um agente secreto de verdade. Claro que na espionagem da vida real há menos Aston Martins, mulheres lindas, luxos asiáticos e efeitos especiais. Mas o ar solitário e negro que o Craig dá à personagem aproxima-o duma realidade provável. Torna-o quase humano. E isso é difícil de fazer em narrativas do gênero Bond. É aquele de que mais gosto.

O Mercado Bilionário da Espionagem no Brasil


Operação da PF revelou a venda indiscriminada de dados sigilosos. Em 2011, o mercado - legal e ilegal - de espionagem movimentou no país 1,7 bilhão de reais.

Kamila Hage
VEJA BRASIL


Operação Durkheim, deflagrada pela Polícia Federal na última semana, lançou luz mais uma vez sobre a venda indiscriminada de dados sigilosos no Brasil. A quadrilha tinha braços em variados setores e faziam parte dela policiais, funcionários de bancos e empresas telefônicas. As vítimas do esquema podem chegar a 10 000 pessoas, entre as quais estavam o prefeito Gilberto Kassab, um senador, um ex-ministro, dois desembargadores, um banco, uma retransmissora de TV e inúmeros empresários, que tiveram seus dados violados. Fundamentado na ilegalidade, esse mercado tornou-se próspero para seus operadores e para interessados em devassar a vida e os negócios alheios. Estudo da RCI - First Security and Intelligence Advising, consultoria em inteligência e segurança, estima que o mercado de espionagem tenha movimentado no Brasil 1,7 bilhão de reais em 2011. A cifra inclui serviços de empresas e de profissionais, formalizados ou não, e investimentos em equipamentos e contraespionagem. 
 
Regulamentada desde 1957, mas livre de qualquer fiscalização, a profissão de detetive particular abarca uma ampla gama de pessoas, nem sempre éticas ou bem-intencionadas. Os desvios mais comuns são a instalação de escutas telefônicas ilegais e a quebra de sigilo bancário, obtidas com o suborno de funcionários de companhias de telefonia e de instituições financeiras. “O clássico detetive particular vive sempre numa linha tênue entre a legalidade e a ilegalidade. Se ele quiser levantar dados de uma pessoa, dentro da legalidade, vai demorar muito tempo, se é que vai conseguir”, afirma Ricardo Chilelli, especialista em segurança e presidente da RCI.
 
Também é comum que ex-policiais e ex-membros de agências governamentais, em virtude da acessibilidade a dados secretos, componham o furtivo mercado de detetives particulares. A Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal em fevereiro deste ano, revelou que o bicheiro Carlinhos Cachoeira contava com ajuda de um araponga para plantar grampos em pessoas do seu interesse. O ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, conhecido por Dadá, foi preso na operação, mas, em junho, conseguiu um habeas corpus e está em liberdade desde então.

A RCI existe há 22 anos e assessora 25 companhias brasileiras no setor da contraespionagem, para frear o vazamento de informações, principalmente das áreas de planejamento e marketing. “As empresas perdem com espionagem no Brasil de 1 bilhão de reais a 1,5 bilhão de reais”, diz Chilelli. 
 
Pesquisa feita com 451 detetives particulares do Brasil aponta que a área de direito de família representa 41% do mercado nacional. Dentro desse nicho, lideram as demandas por suspeita de adultério. É o caso clássico do desconfiado que coloca um espião para acompanhar a rotina do cônjuge, para elucidar suas dúvidas. Mas, segundo Chilelli, os escritórios de advocacia também vêm recorrendo aos artifícios da espionagem. Eles têm contratado detetives para reunir dados que podem ser usados em processos de separação ou de pensão alimentícia. “É uma forma de descobrir o tipo de vida que o espionado leva e qual seu verdadeiro potencial econômico”, afirma.  
 
O mundo da espionagem abarca ainda um mercado de dossiês sobre os mais variados temas e que servem, sobretudo, a empresas. A área está em franca expansão e já representa 39% do mercado da espionagem. Na esfera política, esses dossiês as vezes resultam em grandes escândalos, como o que houve nas eleições presidenciais de 2010, com um documento elaborado a partir da quebra de sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do então candidato à presidência José Serra (PSDB). Uma investigação da Corregedoria da Receita Federal descobriu que os dados fiscais de Verônica foram violados duas vezes – ambas em 2009.
 
Localização – Outros 10% dos serviços de espionagem correspondem a pedidos de escritórios de advocacia, para a localização de pessoas que constam como partes de processos judicias, mas estão desaparecidas, o que atrasa o andamento da ação. 
 
Apesar de alguns escritórios de advocacia terem como prática recorrer a espiões, há um limite imposto pela lei. Se o serviço contratado envolver alguma ação ilegal, como a quebra de sigilo, o advogado será também responsabilizado pelo crime. O presidente do Tribunal de Ética da seccional São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Carlos Eduardo Fornes Mateucci, afirma que advogados que contratam serviços ilícitos podem ser suspensos por até 120 dias. A punição pode chegar a uma expulsão da OAB, se houver uma condenação judicial. 
 
No passado, os detetives particulares eram remunerados por hora de trabalho. Ou seja, quanto mais tempo demorassem em um caso, maior seria o pagamento. Esse cenário mudou. Hoje, eles recebem por empreitada. Assim, buscam o maior número possível de clientes e, portanto, a agilidade se tornou crucial no novo sistema. Abre-se, para os maus profissionais, uma brecha para a ilegalidade. Na prática, recursos como as interceptações telefônicas são usados com frequência como atalhos.


A profissão na prática – A profissão de detetive foi regulamentada em fevereiro de 1957, pela Lei nº3.099. Contudo, não há órgãos fiscalizadores das atividades de investigação particular. Os profissionais que escolheram o lado da legalidade brigam pela aprovação do um projeto de lei no Congresso Nacional que crie órgãos de controle. Doze documentos com esse propósito estão em tramitação no Legislativo. A esperança está no PL nº1211, de 2011, que propõe a criação do Conselho Federal de Detetives do Brasil e institui Conselhos Regionais. O texto aguarda a designação de um relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados. “Nossa expectativa é de que a proposta seja votada no próximo ano”, diz Fernando Carvalho, presidente do Sindicato dos Detetives Particulares do Estado de São Paulo (Sindesp).
 
Com quarenta anos de experiência na profissão de detetive particular, Carvalho avalia o peso que uma investigação ilícita pode ter na vida de uma pessoa. “Que autoridade eu tenho para quebrar o sigilo de quem quer que seja? Nunca se sabe para que o cliente quer aquele dado, Será que é para matar, torturar, sequestrar?”, diz. “Detetive tem que ter o pé no chão. Não pode fazer o que quiser.” 
 
Fabricio Dias, proprietário da agência Líder Detetives, está no mercado há quatorze anos. “Existem outros caminhos para você conseguir a prova sem ter que passar para o lado da ilegalidade”, afirma. “Um deles é seguir a pessoa e fotografá-la.” A agência tem um corpo de quinze profissionais, que trabalham como freelancers e são pagos por caso. Uma investigação básica custa em média 4 000 reais. No pacote estão inclusas imagens da pessoa seguida e escutas autorizadas, instaladas em casas e automóveis. Os grampos só são considerados autorizados quando o dono da residência ou do carro permite sua instalação. Assim, o mecanismo é muito usado para investigar  adultérios, já que o contratante mora na mesma casa do investigado. Apurar uma traição conjugal leva, em média, de cinco a dez dias.
 
Atuar dentro da lei, no entanto, custa clientes às agências especializadas. Fabricio Dias conta ter perdido trabalhos para outras empresas por não oferecer serviços ilegais. “Se o cliente pede, e o detetive fala que é crime, a pessoa simplesmente vai procurar alguém que faça esse trabalho, pois há oferta no mercado.” 
 
Vale lembrar: instalar escuta telefônica não autorizada judicialmente é crime previsto em legislação ordinária de 1996. A pena para a violação é de dois a quatro anos de reclusão. Já a quebra do sigilo bancário é ilegal de acordo com lei complementar de 2001, com pena prevista de um a quatro anos de reclusão. Se provado qualquer um dos crimes, a vítima ainda pode processar o culpado por danos morais com pedido de indenização, pois a inviolabilidade da intimidade é um direito garantido pela Constituição Federal.
  
Contraespionagem – Do outro lado do balcão, há a contraespionagem, a defesa de informações sigilosas. Com medo do impacto econômico que o vazamento de um dado pode gerar, muitas companhias contratam consultorias para neutralizar a venda de dados sigilosos. Essas empresas contam com uma gama abundante de equipamentos que identificam câmeras de vídeo, microfones e outros artifícios tecnológicos usados no mercado da espionagem. “A cada dez vezes que me chamam para verificar se existem grampos em uma empresa, em seis eu encontro alguma coisa”, afirma Ricardo Chilelli, que atua no setor. 
 
Da cifra de 1,7 bilhão de reais que o mercado da espionagem movimentou em 2011 no Brasil, pelo menos 543 milhões  foram gastos em contraespionagem. As companhias não economizam na proteção de suas informações e usam recursos cinematográficos para isso. Um deles é a “sala antigrampo”. No Brasil há 286 salas desse tipo, que custam de 75 000 a 500 000 dólares. Elas não possuem janelas e são equipadas com apetrechos capazes de identificar qualquer atividade eletromagnética. Não é possível usar gravador, celular ou microfone dentro do ambiente. Esse tipo de cômodo é usado por empresários para reuniões que envolvem negociações secretas ou, por vezes, escusas. 
 
A maior parte das salas antigrampo está em Brasília. “As empresas montam o que chamam de “escritório de relações governamentais” na capital federal, onde são instaladas essas salas. A função é criar ambientes seguros para fazer o famoso lobby”, afirma Chilelli.
 
Os números da espionagem no Brasil mostram o valor da informação, seja ela pessoal ou empresarial. No mundo dos negócios, a relevância dos dados é refletida nos ganhos e perdas econômicos de uma corporação. Na vida pessoal, o uso de dados fruto de espionagem podem causar desde um divórcio milionário até um crime passional.

domingo, 13 de maio de 2012

PROJETO DE LEI 1.211 DE 2011 - RECONHECE A PROFISSÃO DE DETETIVE PARTICULAR

Esta em tramitação no Congresso Nacional o Projeto de Lei 1.211 de 2011 um substitutivo ao projeto inicial apresentado em 2010 da Deputada Flávia Moraes do PDT pelo Estado de Goiais. Nela a profissão de Detetive Particular e suas derivações passaria a ser reconhecida e daria diretrizes e parâmetros a serem seguidos pelos profissionais que quisessem ingressas na carreira. Alguns artigos foram tirados no substitutivo que poderiam emperrar o andamento do Projeto de Lei, como a criação de um Conselho de Classe como autarquia, que pelo entendimento jurídico é de responsabilidade do Presidente da República e de algumas atividades no âmbito criminal que pelo entendimento ordenador é uma responsabilidade privativa das autoridades policiais devidamente constituídas pelo estado e constantes na Constituição Federal de 1988.

Porém deve-se salientar que o campo de emprego de profissionais como o Detetive Profissional Particular ou outras denominações específicas da área é extremamente grande tanto para aqueles que pretendem trabalhar no ramos civil, como no ramo empresarial em todas as suas esferas, além é obvio da politica e do jornalismo investigativo.

Esperamos com ansiedade a aprovação desse Projeto de Lei, que servirá para futuros reconhecimentos e que podem gerar Leis complementares para regulamentação profissional.

Particularmente nos da ANPIP somos contra a regulamentação de Conselhos de Classe de maneira a politizar a classe profissional, pois é provado por observações de outros conselhos assemelhados que os poucos que possuem o domínio da instituição fazem desses órgãos, trampolins políticos individuais para suas próprias carreiras relevando os interesses dos associados. "Que cada profissional decida a sua participação em conselhos, sindicatos e associações de acordo com seus interesses e baseados no que as instituições tem a oferecer a seus membros".

sábado, 28 de abril de 2012

Serviços Privados de Espionagem Atuam na Suíça

Revelações sobre supostos casos de espionagem envolvendo agentes suíços coloca os interesses de "inteligência econômica" do gigante nuclear francês Areva e da multinacional Nestlé no centro das atenções.

    O pequeno e discreto mundo da inteligência competitiva e empresas de segurança está concentrado em Genebra.
    Ao invés da França vizinha, muitos consideram que a Suíça aproveita-se de uma margem de manobra graças à sua estrutura jurídica e uma abordagem menos formal do tema.
    A Alp Services, a empresa de espionagem baseada em Genebra, e seu diretor Mario Brero estavam no centro de um escândalo no mundo empresarial envolvendo a "Anne atômica" - Anne Lauvergeon, ex-chefe da Areva - seu marido Olivier Fric e executivos da empresa.
    Lauvergeon, a chefe deposta da estatal francesa fabricante de reatores nucleares, lançou um processo na justiça em Paris no mês passado contra a empresa suíça acusando-a de espionagem.
    O caso Areva trouxe à tona o pouco conhecido setor na Suíça, que deixa seus rastros através de países anglófonos, França e Alemanha no uso de agências de detetives para ajudar a melhorar a competitividade e proteger interesses comerciais.

Área em expansão:

Atualmente existem cerca de doze empresas ativas no território suíço, a grande parte delas sediada em Genebra, das quais se destacam Alp Services, One Intelligence, Kroll e Diligence.
    "É um setor que cresce", afirma Hélène Madinier, professor na Escola de Administração de Empresas de Genebra, onde são oferecidos cursos de inteligência competitiva desde 2010.
    "Eles são realmente discretos. Para algumas delas, inteligência competitiva é apenas uma parte das suas atividades. Elas também podem estar envolvidas em trabalhos gerais de investigação."
    Para o especialista Stéphane Koch, sua presença pode ser explicada pelo caráter internacional de Genebra, o grande número de ONGs e multinacionais, além de um contexto mais do que descontraído.

"A França tem uma abordagem mais formal. Já na Suíça faltam regras para enquadrar ou regulamentar a profissão", explica. "Cada um faz o que quer."

Conspiração e sondagem:

    No caso Areva, a ex executiva Lauvergeon acusa o seu antigo empregador de espionagem e considera ter sido vítima de um complô para desestabilizar sua posição na empresa.
    Sébastian de Montessus, chefe da divisão de mineração da Areva, confirmou recentemente ter contratado os serviços da Alp Services para investigar a compra desastrosa, em 2007, da concorrente Uramin pelo valor de 1,8 bilhões de euros (2,1 milhões de francos). Ele não comunicou o início das investigações à Lauvergeon, que no momento presidia a empresa.
    Mas Montessus insiste ter iniciado as investigações apenas para examinar as operações de compra e verificar, ao mesmo tempo, se o marido de Lauvergon, Fric, havia se "beneficiado ilegalmente". Ele negou ter espionado sua vida privada ou utilizado métodos ilegais como escutas telefônicas.
    Em 1° de fevereiro, a ONG Transparência Internacional na França anunciou que faria, em conjunto com o Greenpeace e o Instituto Worldwatch, uma queixa legal em uma corte de Paris contra pessoas não identificadas relacionadas ao caso Areva, segundo notícias publicadas na mídia francesa.
    De acordo com o jornal "Journal de Dimanche", entre as várias propostas apresentadas, o diretor da Alp Services, Mario Brero, sugeriu "vigilância preventiva e infiltração e trabalho de lobby" das três ONGs por 40 mil a 60 mil euros por mês, o que foi rejeitado.
    Enquanto isso, o advogado de Brero, David Bitton, negou que seu cliente tenha "espionado quem quer que seja ou realizado escutas telefônicas ilegais".

Ultrapassando fronteiras 

    A advogada Marie-Laure Ingouf afirma que a maioria das grandes empresas utiliza atualmente os serviços de agências de detetives. "Isso não é um problema. Porém as leis precisam ser respeitadas e, por vezes, isso é um pouco vago."
    Saber quando esses agentes estão ultrapassando fronteiras legais ou éticas, quando inteligência econômica pode ser tornar espionagem industrial, não é sempre fácil de estabelecer.
    Enquanto certas atividades como escutas ilegais de telefone são claramente ilegais na Suíça, cobertas pela proteção de artigos individuais do Código Penal, a usurpação de identidade não é um crime, ao contrário da França.
    Em outro caso no mês passado, ativistas antiglobalização da Attac entraram com um processo civil em Lausanne contra a Nestlé. A multinacional suíça admitiu ter contratado um agente infiltrado da empresa de segurança para espionar os ativistas, mas justificou a ação afirmando que sua ação preventiva era justificada pelo fato da "Attac ter declarado guerra contra a Nestlé" durante os protestos contra a reunião de cúpula do G8 em Evian, na França, em 2003. As duas partes aguardam o julgamento.
    Koch considera que a infiltração, apesar de comum, estava "fora dos códigos legais e éticos".
    "Já para a hackear alguém, é fácil contratar um cyber-mercenário para invadir o computador de alguém e obter informações relevantes do seu disco rígido", afirma.

Atento:

    Mas vigilância preventiva - participando de conferências públicas de ONGs ou discutindo com membros - não é ilegal ou considerado como espionagem, acrescenta Koch.
    "Como país, embora as leis suíças protejam a privacidade individual. as empresas têm uma margem de manobra se desejam vigiar os seus próprios funcionários", mencionou o advogado Marc Henzelin à revista mensal suíça Hebdo.
    Madinier admite existir uma considerável margem de manobra legal. Mas, ao mesmo tempo, insiste em fazer distinções entre a maioria das empresas de inteligência competitiva e algumas agências que também oferecem serviços de detetives e que podem recorrer a instrumentos "obscuros" como infiltração em uma empresa através de contratação sob falsa identidade.
    "Isso existe, mas não é algo que a gente ensine ou defenda", afirma. "O caso Areva fez aumentar a confusão sobre inteligência econômica, que na realidade é apenas o trabalho de coletar e usar informações para aumentar o crescimento e a competitividade de uma empresa."

Simon Bradley, swissinfo.ch
Adaptação: Alexander Thoele